domingo, 3 de março de 2013

Biddy Early, a Curandeira



 É impossível seguir o caminho do fáith (vidente) e não conhecer Biddy Early, a famosa curandeira da Irlanda, que “teve seu conhecimento com as fadas”. Biddy Early nasceu em 1798 em Faha Ridge, Irlanda, em uma pobre família. Seus pais eram John Thomas Connor e Ellen Connor. É dito que ela passava a maior parte de seu tempo sozinha, “conversando com as fadas”, segundo ela, em irlandês, uma vez que ela falava pouco, ou quase nada em inglês. Sua mãe, Ellen, conhecia muitas curas com ervas, e ensinou uma grande parte para sua filha. 



Quando Biddy tinha 16 anos, Ellen morreu de desnutrição; seis meses depois, o pai de Biddy morreu de tifo. Como não tinha dinheiro para pagar o aluguel, Biddy teve que deixar sua casa, e durante 2 anos ficou vagando pelas estradas ganhando dinheiro com o trabalho que podia, e experimentando algumas de suas curas. Quando Biddy completou 18 anos, ela trabalhou na terra de um senhor em Carheen, Limerick, mas ficou por pouco tempo, se mudando em seguida indo morar em uma casa ainda mais pobre que a dela. As vezes ela ia às feiras em Gurteenreagh, onde conheceu Pat Malley, seu primeiro marido. Apesar dele ser o dobro de sua idade, já ter um filho (chamado John) e Biddy não ter um dote para oferecer, o casamento com Pat garantia muitas seguranças para Biddy, e assim, se casaram, dando à luz a Paddy, seu único filho. 

 Foi em sua casa em Feakle que Biddy começou a ficar famosa com suas curas. As pessoas traziam muitas coisas para ela, principalmente garrafas de uísque. Biddy então enriqueceu rapidamente, e relatos dizem que ela tinha um quarto onde “guardava o que o povo lhe dava”, apesar de nunca pedir nada em troca pelas suas curas. Nos relatos das pessoas, todos fazem questão de dizer que os padres eram grandemente contra ela; embora os padres na época também pudessem fazer suas curas, eles se recusavam, e então o povo ia até ela. Em uma das inúmeras histórias sobre suas curas, há uma em que um padre manda um homem ir até ela com seu cavalo machucado. Quando chega lá, Biddy Early diz para o homem tudo o que o padre havia dito e já sabia que ele havia mandado o homem lá para testá-la. Ela curou o cavalo, e para sua surpresa, o padre parou de implicar com Biddy.

 As pessoas sempre diziam que ela teve seu conhecimento com a ajuda das fadas. É dito que ela passou sete anos no País das Fadas aprendendo tudo o que sabia. Quando o paciente chegava até sua casa, ela já sabia da doença que tinha e já sabia da cura. Antes de “dar a cura”, ela ia até o seu quarto, onde “conversava com as fadas” e via a cura através de uma garrafa, frequentemente descrita pelo povo. Há muitos contos sobre essa notória garrafa, e em um deles, um homem vai até a casa dela. Biddy vê que um de seus parentes morreria em breve, mas não quis contar para o homem. Ela então falou com seu marido que seria melhor que o homem visse o que aconteceria, ao invés dela contar. Seu marido então disse que ele poderia levar um susto e ficaria doente pelo resto da vida se visse através da garrafa. Biddy então achou melhor mandar o homem ir embora. É conhecido também que apenas Biddy podia ver pela garrafa, pois quando ela morreu, um Padre foi até a mulher que morava na casa dela após sua morte e a pediu para ver pela garrafa (em outras versões, a garrafa é quebrada assim que ela morre). A mulher tenta vê pela garrafa, e não consegue ver nada. Biddy Early foi acusada de bruxaria 1865, mas foi liberada pela falta de provas.

 Biddy se casou com o filho de seu marido depois que ele morreu. Seu terceiro casamento foi com Tom Flannery, que era mais jovem que ela. Tom morreu em 1868, deixando Biddy viúva pela terceira vez. Em 1869, ela se casa pela última vez com Thomas Meaney, mas ele morreu dentro de um ano, devido ao excesso de bebidas alcoólicas que ele consumia. Apesar de ter sido muito rica devido aos presentes dos seus pacientes, Biddy morreu na pobreza em 1874. Em seu funeral, o padre comentou, “Achávamos que tinha um demônio contra nós, mas na verdade, tínhamos uma santa,” e como disse um de seus pacientes, “Quem pode ir pro inferno por fazer a bondade, a caridade e a gentileza?”
Texto de Leonni Moura. Todos os direitos reservados.

Bibliografia:


3 comentários:

  1. Adorei conhecer biddy, parabéns pelo texto, vou compartilhar na minha página.

    Carmo

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    1. Obrigado Carmo (Erin Lagus), ficamos felizes por ter gostado do material, e sinta-se sempre à vontade para compartilhar nosso material ;) Sejas sempre bem vinda !

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  2. Eu adorei e a acho uma inspiradora para curandeiros!

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